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Apps da Baidu podem ter exposto dados de mais de 1 bilhão de usuários

Por| 25 de Novembro de 2020 às 13h38

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Dois aplicativos da gigante chinesa Baidu foram banidos da Google Play Store em outubro após serem flagrados expondo dados identificáveis dos smartphones dos usuários. Os softwares de busca e mapas da empresa estavam enviando informações dos usuários, sem nenhum tipo de proteção, a servidores localizados no país asiático, em uma brecha de segurança que pode ter afetado toda a base de mais de 1,4 bilhão de usuários em todo o mundo.

As informações não continham dados pessoais ou a identidade dos usuários, mas sim dos aparelhos usados por eles. Informações como o modelo, características e modo de conectividade eram compartilhadas, assim como o endereço MAC, identificação exclusiva do dispositivo, e número IMSI, ligado ao chip usado no smartphone, poderiam ser interceptadas por terceiros e levarem a ações e golpes contra os clientes de telefonia.

O alerta foi feito pelos pesquisadores da Unit42, centro de pesquisas em segurança digital da Palo Alto Networks. De acordo com os especialistas, por mais que informações pessoais não tenham vazado, a exposição encontrada é igualmente sensível e poderia levar a operações de espionagem e interceptação de dados. Além disso, a brecha permitiria que as vítimas fossem vigiadas mesmo após a troca de celular, já que o número IMSI permanece caso o usuário coloque o chip em um novo dispositivo.

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Os dados pessoais, íntimos e sigilosos das vítimas poderiam ser obtido a partir da exploração dessa conectividade entre aparelhos, cartões SIM e a rede de telefonia celular, que também poderia levar ao redirecionamento de ligações, possibilitando golpes de engenharia social. Além disso, de acordo com a Unit42, o comportamento do kit de desenvolvimento dos apps do Baidu responsáveis pela exposição era semelhante ao de malwares e sistemas maliciosos voltados à extração de informações confidenciais a partir de redes ou aparelhos.

A descoberta da exposição foi feita a partir das versões dos aplicativos disponíveis na Play Store. Apesar de não existirem indícios de exploração maliciosa dos dados expostos, tanto Baidu quanto Google foram notificados sobre o problema, o que levou ao banimento dos softwares da loja online do Android. A responsável pela loja online disse ter encontrado violações adicionais às reportadas pelos pesquisadores, o que levou à remoção das aplicações no dia 28 de outubro.

O compartilhamento de informações como as citadas não é, necessariamente, uma violação das políticas de segurança e privacidade da Play Store, apesar de serem citadas em guias de melhores práticas como algo a ser evitado. Sendo assim, por si só, não seriam responsáveis pelo banimento das aplicações; o Google não informou exatamente quais foram os motivos para a retirada dos softwares, que permaneceram funcionando apenas nos celulares dos usuários que já os haviam baixado anteriormente.

Já o Baidu disse, ao ser informado sobre a brecha. que analisaria o caso e trabalharia para garantir que os aplicativos cumprissem as regras. Isso, aparentemente, foi feito, já que tanto o app de pesquisas quanto de mapas da companhia retornaram à Play Store nesta semana. A empresa, por outro lado, negou que os softwares geravam exposição de dados, já que o compartilhamento de tais informações é citada nos termos de uso da plataforma, fazendo parte do sistema de notificações push das soluções.

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Em comunicado, a companhia disse levar a privacidade de seus usuários a sério e, mesmo não enxergando problemas de segurança, trabalhou na questão para que os apontamentos feitos pela Unit42 não existissem mais no retorno do Baidu Search e Maps para a Play Store. A companhia não quis falar sobre o banimento em si, afirmando apenas ter seguido à risca todas as normas da loja online do Google.

Fonte: Unit 42 (Palo Alto Networks)